Era uma vez uma moça chamada Rosa que tinha três filhos. Quando ficou grávida pela quarta vez, decidiu abortar. Achava que era muito filho para uma mãe só.
Tomou remédios fortes para abortar, mas mesmo assim a criança insistiu em nascer, uma menininha bonita e saudável, que Rosa decidiu chamar de Rosemeire.
E Rosemeire cresceu. Forte, saudável, bonita. Foi Princesa de Cubatão com 16 anos (isso significa que ela era a segunda menina mais bonita do colégio estadual da cidade, mas apenas porque a primeira colocada era a filha do diretor), namorava um mecânico e então se casaram.
Casada, Rosemeire queria ter dois filhos. No primeiro ano de casamento, não engravidou. Nem no segundo. Nem no terceiro. Então, resolveu consultar um médico, que lhe disse:
- Rose, você tem sérios problemas no ovário, é praticamente estéril. Existe uma probabilidade muito pequena de você ter um filho e, se você conseguir ter um filho, não existe nenhuma possibilidade de você ter outro. Infelizmente, não tem tratamento. Reze. Pode ser que você consiga ao menos um.
E Rosemeire rezou. Rezou tanto que, alguns meses depois, foi ao médico se sentindo doente e enjoada.
- Parabéns, mamãe. Você conseguiu.
E ela ficou feliz.
Resolveu fazer cesariana, já que sempre foi fresca com dor. O bebê resolveu vir dois dias antes da data da cirurgia, mas tudo correu sem problemas.
Após o parto, o médico aproveitou que Rosemeire já estava anestesiada e aberta e olhou seus ovários ali, na hora.
- Bem, tenho uma má notícia. É isso mesmo que eu lhe disse antes, você não pode mais ter filhos, agora é estéril.
Rosemeire não se conformou com o diagnóstico. Rezou, rezou e rezou, já que era a única coisa que podia fazer.
Pouco mais de um ano e meio após o diagnóstico, Rosemeire foi novamente ao médico se sentindo doente e enjoada.
- Mas isso é impossível! Você está grávida de novo, meus parabéns!
O fato é que mamãe realmente estava grávida. De mim.

E é por isso que eu não acredito em possibilidades nem em probabilidades.
Eu acredito é na minha mãe.