[ sábado, junho 24, 2006 ]


Decepção? Eu?

Uma das coisas que mais adoro fazer é olhar a definição de sentimentos complicados no dicionário (acredite: eu sou freak assim mesmo). Quer dizer, existem sensações tão turbulentas que acontecem por dentro... e o dicionário fica lá, formal como um lord de fraque, verbalizando e debochando de toda nossa angústia, como se dissesse "mas é só isso que te aflige, minha cara?". Sendo assim, quando me falaram que eu deveria escrever sobre decepções, a primeira coisa que eu fiz foi correr pro dicionário. E vou compartilhar isso com vocês.
decepção | substantivo feminino
do Lat. deceptione (engano)
: acto ou efeito de enganar; surpresa desagradável; logro; desilusão.


Pela primeira vez tive que abaixar a cabeça pro dicionário.
E não é que é por aí mesmo?

Eu sempre fui uma pessoa racional e calculista. Sempre mesmo; desde pequena eu gostava de ter as coisas sob controle, comandava os trabalhos em grupo, era líder de classe e técnica do time de vôlei. Eu calculava todas as possibilidades que poderiam dar errado e tratava de eliminá-las. Claro que eu não sou nenhuma super-mulher, mas sei como ficar calma prá localizar o maior problema e analisar como posso resolvê-lo, só prá depois cuidar dos empecilhos menores. E sempre focalizo nos problemas, porque o que vier sem ser problema, prá mim é lucro. Sempre me orgulhei dessa minha capacidade, logo, é difícil eu admitir que me decepciono.

Não que minha vida seja só flores, nada disso. Mas é que eu vejo os problemas vindo e sei de onde vem o tapa. Só não sei com que força ele vem. Eu poderia dizer que uma das minhas maiores decepções foi o divórcio dos meus pais, mas não foi. Eu via a relação gelada dos dois e sabia que eles poderiam continuar como estranhos por mais alguns anos antes de se cansarem e se separarem. Eu sabia que as coisas iam mal... se eles se resolvessem, seria lucro. Mas eu sabia que o divórcio tava ali, batendo na porta. Portanto, não me surpreendi quando vi meu pai com as malas prontas.
Por outro lado, quando conheci um cara que achei que valesse a pena e depositei todas as minhas escassas fichinhas nele; e depois vi que ele não valia um centímetro de trapo sujo, eu me decepcionei. Porque a possibilidade de dar errado, prá mim, não existia. Dá prá acreditar numa bobagem dessa?!
A peteca caiu da minha mão... e tenho certeza que vai cair de novo algum outro dia. Isso é um paradoxo um tanto quanto doentio, sabe? Você saber que vai cair não faz o sangue coagular mais rápido e muito menos faz as cicatrizes sumirem. É maléfico isso!
É que nem você saber sobre o processo inverso, onde, depois de um tapa, você vai se recuperar, mas não é esse conhecimento que acelera o processo de se erguer de novo.

As decepções estão aí, cara. Eu nunca vi ninguém ficar mais forte ou mais sábio por conta de flores. É aquele velho princípio da dualidade do yin e do yang: basta existir o claro para existir o escuro. Basta você estar em pé para existir a possibilidade da queda. E você vai cair, em um lugar ou outro, isso é redondamente óbvio. O que muda é a maneira que você encara a queda, afinal, se você tá no fundo do poço, o céu sempre vai parecer pequeno.
Quando uma pessoa tá triste perto de mim por causa de uma decepção, eu nunca falo "não chora" ou "não fica assim". Acho isso hipócrita demais. Machucou? Tá doendo? Então chora, pô! Quando cansar de chorar, a gente se vira como der.

O fato é que decepções são as piadas de mau-gosto que a vida prega na gente. Depois do susto e das lágrimas vêm a lenta (ou nem tanto) recuperação. Depois o aprendizado. E depois? Ah, não sei. Acho que depois disso a vida continua.
Afinal nós somos humanos ou saquinhos de pipoca?!


.uh-la-la by Bel. -



 

.Quem?.
--- Bel, 21 anos, santista exilada nesse inferno chamado Goiás desde os 17. Universitária indecisa, muita farra, muitas muitas muitas responsabilidades, racional, dona do próprio nariz, pessimista segundo os amigos e meio lôca das idéias por consenso geral.
Dispenso egos maiores que o meu, não dou a mínima para sarcásticos de meia-tigela e não me impressiona cabelo moderno, nem carro bonito, nem barriga sarada, nem punks de argolinha no nariz e luvinha listradinha, nem regurgitação de cultura medíocre e intelecto passivo vindo da boca de gente mais fútil e vaidosa que eu. É, eu sou um porre.
Humor oscilante, possuo opiniões meio fortes e extremistas que não, você possivelmente não vai gostar. Ainda assim, como todo ser humano normal, também tenho fotolog e orkut


.Fale com ela.
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O MSN é só você pedir que eu passo. Isso se eu gostar de você, claro.


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