Não é com a casca do ovo que se fazem omeletes

É uma neurose minha, mas muitas vezes penso que eu seria mais feliz se eu fosse bonita. Acho que as coisas deslizariam mais fácil se eu fosse magrinha, cabelo liso, se eu não fosse míope e usasse óculos.
Mas honestamente, isso é uma enorme bobagem. Quero dizer, eu me sinto satisfeita, sabe? Não tenho o corpinho da Juliana Paes, mas quantas pessoas no mundo têm o corpinho dela? Só ela, pô! Mesmo não passando nem perto de ter a beleza padrão, eu consigo alcançar algumas coisas que quero, isso não depende das minhas gordurinhas a mais. Vai aléeem disso.
Eu faço uma faculdade muito bacana e que eu gosto, recentemente minha professora mais exigente me convidou prá realizar um projeto, onde ela vai me orientar e a faculdade vai me pagar por isso, cara. E ninguém nem quis saber se eu peso cinqüenta ou cem quilos, se minha barriga é durinha ou se meu cabelo é rebelde. Não importa, eu estudei, tirei notas, fui competente e, apesar de não parecer grande coisa, prá mim foi uma conquista.
O tal do "sucesso" é um conceito muito pessoal. Prá algumas pessoas, "sucesso" é ter fama, aparecer na TV. Eu não acho. Aliás, já notaram que na TV a gente só vê físico padrão? Magros, esbeltos, bonitos, brancos. Uma minoria negra, uma minoria gordinha. Pessoas com deficiência física, então, viiixi!, quase nenhum.
Ficar me diminuindo porque não estou na "beleza padrão" é bobeira. Primeiro, porque cada um é diferente do outro, não rola ficar comparando. E segundo porque, prá mim, a satisfação pessoal e sucesso estão bem longe disso. Sucesso é você suar, dar o melhor de si mesmo porque você merece tentar ao máximo e ser reconhecido por isso, pagar suas contas e dormir tranqüilo. Eu não preciso mais que isso prá estar ok.
Esse negócio de "beleza-padrão" dá rugas, cara. E eu tô falando sério! A não ser que você encane em ser modelo, não há motivos prá se declarar inapto por conta de exteriores. Alto, magro, baixo, sem uma perna, cego, que seja. Tendo um cérebro e determinação, meu querido, o céu é o limite. A beleza não me escolheu para se representar... mas o mundo ainda pode ser meu.


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(agora me convence disso na minha TPM!)